O livro de Drica Santos é um convite para refletir sobre os procedimentos poéticos para composição de uma arte teatral que não reproduza os estigmas do racismo para o corpo negro. Ao trazer a sua experiência como atriz, mulher negra, pesquisadora e professora — ou para utilizar o termo da autora, como negratriz — ela nos relembra a potência e a ancestralidade presente nos guetos e logo nos atravessamentos das suas múltiplas identidades. Esta é uma leitura essencial para quem procura no campo do teatro estratégias de criações poéticas passando pela performance, contação de histórias com a figura do griot, ou melhor, djéli e a arte da palhaçaria, revelando ao mundo as histórias da palhaça Curalina. Sem dúvidas, uma contribuição para pensar a arte teatral a partir da relação com a experiência e memória ancestral.

— Julianna Rosa de Souza
NEN – Núcleo de Estudos Negros de Santa Catarina e OJu Obinrin – Observatório de Mulheres Negras e LECCC

SOBRE A AUTORA

Adriana Patrícia dos Santos [Drica Santos] – Atriz, Palhaça, Pesquisadora e Professora colaboradora do Departamento de Artes Cênicas do CEART/UDESC. Doutora e Mestre em Teatro pelo PPGT/UDESC. Graduada pelo Curso de Licenciatura em Educação Artística (Hab. Artes Cênicas) da UDESC. Integrante da Companhia do Nariz Inquieto-Teatro e Palhaçaria. Participa do NUDHA – Núcleo de Diversidade, Direitos Humanos e Ações Afirmativas da UDESC, coordenado pela Profa. Cida Clemêncio. Faz parte do projeto (A)gentes do Riso (palhaçaria no hospital) coordenado pela Cia. Traço. É integrante da Rede Catarina de Palhaças. Desenvolveu no doutorado pesquisa sobre identidade, performances e negritudes, a partir de suas vivências e experiências como mulher negra, artista e pesquisadora. Desde então, suas pesquisas abordam a linguagem da palhaçaria, negritudes, contação de histórias, representatividade negra e de(s)colonização.