Sinopse

Através desta coleção, visa-se a dar maior divulgação às mais recentes pesquisas realizadas entre nós, nos domínios de Clio, bem como, através de cuidadosas traduções, pôr ao alcance de um maior público ledor as mais significativas produções da historiografia mundial. No primeiro caso, já foram publicadas várias teses universitárias, que vinham circulando em edições mimeografadas; no segundo, traduções de autores como Paul Mantoux e Manuel Moreno Fraginals. Entre uns e outros, isto é, entre a historiografia brasileira e a estrangeira, a coleção também procurará divulgar trabalhos de estrangeiros sobre o Brasil, isto é, de “brasilianistas”, bem como estudos brasileiros mais abrangentes, que expressem a nossa visão de mundo. Em outras etapas, projetam-se coletâneas de textos para o ensino superior. A metodologia da história deverá ser devidamente contemplada. Como se vê, o projeto é ambicioso, e se destina não apenas aos aprendizes e mestres do ofício de historiador, mas ao público cultivado em geral, que cada vez mais vai sentindo a necessidade e importância dos estudos históricos. Nem poderia ser de outra forma: conhecer o passado é a única maneira de nos libertarmos dele, isto é, destruir os seus mitos.

Todas as sociedades ao longo da história se relacionaram com o tempo, e não estaria a capitania de São Paulo aparte desse processo. A forma que homens e mulheres vivenciaram e experienciaram seus tempos em meio ao cotidiano colonial paulista é o objeto do qual este livro se ocupa. Os tempos religiosos, os tempos envolvidos nos ritmos administrativos, questões relativas à morte, padrões temporais, rotinas, formas de dimensionar o tempo e conceitos de tempo elaborados em obras de historiografias do século XVIII nos ajudam a sintetizar aquilo que chamamos de tempo histórico e sua forma de vivência. O tempo encontra-se em toda parte, porém, a depender do espaço e das formas de compreensão do mundo de determinados grupos sociais, essas experiências ganham novas formas, e é assim que este livro busca descortinar ao leitor a experiência passada da capitania paulista com seus tempos.

SUMÁRIO

Agradecimentos 
Prefácio
Introdução
Capítulo 1: Os tempos segundo os espaços: São Paulo no século XVIII
Capítulo 2: Religiosidade, vida e morte
Capítulo 3: Tempos laicos: natureza e técnica
Capítulo 4: Ritmos da política e da administração
Capítulo 5: História, memória e projeto: conceitos de tempo
Considerações finais
Referências 

Sobre a autora

SARAH TORTORA BOSCOV

é bacharel em História pela Universidade de São Paulo, onde obteve título de mestre em História Social tendo seu trabalho de mestrado recebido Menção Honrosa do Prêmio de História Social 2017-2018. Atualmente é doutoranda em História Social na USP e pesquisadora do LabMundi e do Grupo do Tempo, em que desenvolve pesquisa a respeito das representações temporais nas artes luso-brasileiras, cotidianidade e suas expressões conceituais.