Trata-se de uma obra que expõe, em oito capítulos, uma proposta abrangente de educação teatral baseada nos escritos do diretor pedagogo polonês Jerzy Grotowski, articulados com conceitos provenientes das obras de Gilles Deleuze, Félix Guattari e Michel Foucault. Aborda aspectos filosóficos da docência de teatro, articulados a exemplos práticos.

A arte como um modo de conhecer/viver a vida. A arte na Escola, sim, porque esse saber sobre a vida deve estar ao alcance de todas as pessoas. Aliás, essa inteligência cognitiva, somática, afetiva já está virtualmente em nossas vidas, se apresentando, às vezes timidamente, aqui e ali.

Mas, e se houvesse um lugar/tempo nos quais isto pudesse ficar às claras? Não por amor à arte, não para a criação de espetáculos, mas por amor à vida, para criação de mundos?

E se este lugar fosse a Escola, espaço onde pelo menos idealmente todos deveríamos passar? E se esse tempo fosse a infância e a juventude em uma aposta clara naqueles que ficarão depois que formos embora? O livro de André Magela entrelaça com facilidade filosofia, política, artesania, estética e educação. É um livro belo: em tempos cínicos e céticos, em tempos “profissionalizantes” e mecanizados, Magela tem uma disposição invejável para diálogo e para o dissenso; disposição para entrar nos espaços dos pensamentos e das salas de aula como quem sabe que comparece a lugares onde modos de vida estão em disputa.

— Tatiana Motta Lima

Professora da Escola de Teatro da UNIRIO

SUMÁRIO
13 PREFÁCIO
A cena como invenção de possibilidades de vida
Maria Lúcia de Souza Barros Pupo
17 INTRODUÇÃO
23 UMA PARÁBOLA
25 COGNIÇÃO TEATRAL (E SUA EDUCAÇÃO)
25 a vida é teatro
31 cognição de um teatro intensivo
35 um conceito para múltiplas práticas
36 elementos e situações teatrais da cognição
38 uma perspectiva para aulas de teatro
10
39 “alguém poderia me emprestar um pouco de competência
teatral pra essa noite?”
42 exercícios em uma aula de intensividade teatral
44 política(s)
48 ABORDAGEM SOMÁTICA NA EDUCAÇÃO TEATRAL
48 aprendizagem inesperada
50 trabalho somático
52 pedagogia como condução
55 indução pedagógica
59 recursos práticos: tarefas
62 contato
67 vida
73 do ofício teatral à lida na escola
76 ANEXO INTEMPESTIVO: ANTECEDENTES DE UM
CRIME
84 RECUSA E ADESÃO: RESISTÊNCIA ENTRE ESTUDOS
DA COGNIÇÃO E EDUCAÇÃO TEATRAL
84 pequeno prólogo
87 situação
90 linhas estratégicas
97 deslocamento
99 largar os) ossos do ofício
103 recurso conceitual
106 exame de caso
107 resistência como adesão (e vice-versa)
109 decorrência necessária
11
111 meios e fins
113 NORMATIVIDADE DA COOPERAÇÃO EM AULAS
DE TEATRO
113 contexto
116 real política
120 estratégia epistemológica
122 dimensão normativa
124 o básico é requintado
126 práticas de atenção coletiva
129 pedra de toque
131 dança de pensamento teatral
134 risco e aprendizagem – aprendizagem do risco
136 ética na prática teatral educacional
140 EXERCÍCIOS PROTOTÍPICOS PARA UMA EDUCAÇÃO
TEATRAL
140 introdução
142 os exercícios
161 propósito
AFECÇÕES, EXERCÍCIOS, PROTOPEDAGOGIAS TEATRAIS
164 contexto desta exposição
166 afecções e exercícios teatrais
169 decorrências: conceitos encarnados
173 parcialização: absoluto e convívio
177 como no teatro
179 angústia: o assombro ante o virtual
186 espreita
12
187 dimensão rizomática
192 o intensivo teatral: forças, teatro, vida

SE O ORDINÁRIO OCUPA O PALCO (E A SALA DE AULA)
194 prólogo
195 identificação preliminar
196 o comum e o cotidiano no palco
200 vida reapropriada
204 linguagem repaginada
205 o valor do que se vê e vive
207 performance e vida
212 vida e morte
213 velhas e novas formas de fazer política

EDUCAÇÃO TEATRAL COMO PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADE

215 previously, in…
218 estudos da subjetividade e docência de teatro
222 forças, poder, subjetivação
232 paradoxo da norma
241 arremates

REFERÊNCIAS