Nos últimos anos a Zona da Mata mineira tem sido evidenciada como um campo de pesquisa promissor para a História. Novas pesquisas, por meio de novos objetos e fontes, assinalam traços de pessoas desconhecidas, de relações de poder, de famílias, da escravização dos afrodescendentes, do comércio nos lombos de mulas, dos aspectos econômicos e sociais e do fazer cotidiano. Pesquisas que desvelam outros lugares, para além dos conhecidos espaços de Minas.
Outras cidades, outros cantos, com outras e muitas histórias. Mas não são histórias isoladas, pois os fenômenos nas esferas do econômico e do político, são próprios da vida em sociedade; o que muda são as problematizações e os recortes, instrumentalizações inerentes ao ofício do historiador. Interessante é perceber que no discurso da história, novos conhecimentos são agregados formando outras narrativas, e isto é o fazer historiográfico.
Destaca-se nesta empreitada o trabalho desempenhado pelas pesquisas desenvolvidas nos últimos anos pelo Grupo de Pesquisa “Sociedade, cultura e trabalho na Zona da Mata Mineira, século XVIII a XX”, liderado pelo Prof. Dr. Jorge Prata de Sousa, que há tempos, não somente vem orientando trabalhos a partir deste enfoque temático, mas sugerindo, encaminhando e estimulando os estudos sobre esta região. Zona da mata mineira: uma região em movimento, é mais um resultado do esforço coletivo do GP e realça a importância histórica da região na historiografia mineira, além de atribuir vários sentidos a um passado desconhecido por muitos, apresentando ao público leitor, as muitas histórias em movimento!
— Rodrigo Fialho Silva, Diretor da UEMG, Unidade de Leopoldina
Sumário
Apresentação – Luiz Fernando Saraiva
Cap. 1 – No lombo das mulas até as faluas do recôncavo da guanabara: análise do comércio tropeiro entre Minas Gerais e a freguesia da N. S. Imaculada Conceição do Porto das Caixas – Mirian Cristina Siqueira de Cristo
Cap. 2 – Estruturas fundiárias da área central da zona da mata mineira, 1808-1850 – Romilda Oliveira Alves
Cap. 3 – Fortunas e infortúnios de mestiços em Juiz de Fora Oitocentista: Demografia e propriedade – Elione Silva Guimarães
Cap. 4 – Crianças libertas e relações sociais firmadas na pia batismal. São Paulo do Muriahé, 1850-1888 – Vitória Schettini
Cap. 5 – Os registros de batismos de escravos e suas relações de compadrio: Santa Rita do Meia Pataca, MG 1852-1862 – Jorge Prata de Sousa
Cap. 6 – Batismos e casamentos: comportamento social através dos registros paroquiais no município de São Paulo do Muriaé 1852-1888 – Beatriz Simão Gontijo Silva
Cap. 7 – Demografia e sociedade em São Francisco do Glória (1861-1888) – Luis Fernando Freitas
Cap. 8 – Criminalidade em números: a estatística da violência em Santa Luzia do Carangola (1880-1892) – Randolpho Radsack
Cap. 9 – Sanitarismo no município de Leopoldina, Minas Gerais 1895-1930: fontes e perspectivas para uma pesquisa histórica – Rodolfo Alves Pereira
Cap. 10 – Salubridade e saúde pública no município de Muriaé, Minas Gerais 1920-1929 – Edilane Aparecida Fraga
Cap. 11 – Os reflexos da Revolução de 1930 no município de Muriaé, Minas Gerais – Pacelli Henrique Silva Lopes
Cap. 12 – O Museu Municipal de Carangola: uma trajetória – Eduardo F. Pimentel