Este livro estuda o discurso que institui três personagens femininas em obras produzidas nos efervescentes anos 1960 — período em que a voz das mulheres abriu caminhos nos meios artísticos e intelectuais do mundo ocidental para reivindicar e obter maior autonomia de escolhas. Essas personagens são Lóri, do romance Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres, de Clarice Lispector, publicado em 1969; Monique, do conto “La Femme Rompue” de Simone de Beauvoir, publicado em 1967; e Cléo, do longa metragem Cléo de 5 à 7, escrito e dirigido por Agnès Varda e lançado em 1962. Encontrando-se em situações problemáticas, elas mergulham na subjetividade e formulam questões filosóficas e psicológicas que põem em xeque os valores socioculturais da época e até mesmo os de hoje.
Mulheres fictícias, mas nem por isso menos mulheres, elas passam, cada uma a seu modo, pela desaprendizagem de um conceito de feminino que as tolhe, de um modo de existir que não mais lhes serve, e buscam um modo de viver mais autêntico e mais livre, com tudo o que isso acarreta. E sua busca não termina: permanece mais importante que nunca neste nosso século XXI.
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