O atraso do futuro e o “homem cordial” se propõe a discutir os desafios contemporâneos do Brasil no segundo quarto do século XXI. Parte dos grandes desafios contemporâneos internacionais como a crise climática e os chamados desafios do antropoceno, a mudança demográfica com a queda populacional do Ocidente, a revolução digital e a mudança do eixo dinâmico da economia para o Oriente. Como o Brasil deve se comportar diante de tamanhos desafios? A posição do Brasil na perspectiva do Sul Global é problematizada para se evitar uma reprimarização da sua estrutura produtiva nacional. É preciso reavaliar o atraso da sociedade brasileira na Era Industrial em pleno despertar da Era Digital.
Traçado um quadro que associa o desenvolvimento inacabado e em certos aspectos abandonado, o livro quer discutir como fica a sociedade brasileira em seus amplos aspectos: social, político e econômico, recorrendo ao debate de como a sociedade, em suas múltiplas facetas, se organiza e se constrói a partir de nossa ordem social. Qual o consequente corpo político e estrutura econômica que desponta nesse contexto? Nessa obra, o objetivo é olhar para o Brasil com base na inserção pelo Sul Global, considerando as exterioridades que o oprimem, mas sem afastar-nos da responsabilidade de que são as decisões internas que acabam por nos definir como sociedade.
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A obra se propõe a discutir os desafios contemporâneos do Brasil no segundo quarto do século XXI. Parte dos grandes desafios contemporâneos internacionais como a crise climática e os chamados desafios do antropoceno, a mudança demográfica com a queda populacional do ocidente, a revolução digital e mudança do eixo dinâmico da economia para o Oriente. Como o Brasil deve se comportar diante de tamanhos desafios. Complicada a posição do Brasil na perspectiva do Sul Global e para evitar uma reprimarização da estrutura produtiva nacional, é preciso reavaliar o atraso da sociedade brasileira na Era Industrial em pleno despertar da Era Digital. Traçado um quadro que associa o desenvolvimento inacabado e em certos aspectos abandonado, o livro quer discutir como fica a sociedade brasileira em seus amplos aspectos: social, político e econômico recorrendo ao debate de como a sociedade em suas múltiplas facetas se organiza e se constrói a partir de sua ordem social, o consequente corpo político e a estrutura econômica que desponta a partir de tudo isso. Nesta obra, o objetivo é olhar para o Brasil a partir de uma leitura do sul global, considerando as exterioridades que o oprimem, mas sem afastar-nos da responsabilidade de que são as decisões internas que acabam por nos definir como sociedade.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1: Crepúsculo do projeto de modernidade ocidental e mudança de época no Brasil
– 1.1 – O Brasil no projeto de modernidade ocidental: da “formação” e “deformação” nacional
– 1.2 – Do auge ao declínio do projeto de modernidade ocidental
– 1.3 – A compreensão do projeto nacional e as mudanças de época
– 1.5 – O Brasil diante da mudança de época histórica
– 1.6 – Marcos conceituais para o tempo histórico
CAPÍTULO 2: O “homem cordial” e a ausência popular na formação do Brasil moderno
– 2.1 – O sentido da colonização
– 2.2 – A estrutura de poder do “homem cordial”
– 2.3 – A representação de poder do “homem cordial”: o coronelismo
– 2.4 – A industrialização e a revolução burguesa no Brasil
– 2.5 – Os ciclos históricos do desenvolvimentismo
– 2.6 – Balanço da deformação nacional
CAPÍTULO 3: Da crise da representação à deformação nacional: o colapso da Nova República
3.1 – O atraso histórico, a Constituição e os traumas da República
3.2 – Do cansaço à desistência desenvolvimentista
3.3 – O presidencialismo de coalizão e o poder moderador
3.4 – Identidades, Políticas Públicas e a Nova República
CAPÍTULO 4: Consequências sociais da mudança de época para Era Digital
– 4.1 – O contexto internacional e sua interface econômica para a nação
– 4.2 – As mazelas do passado da nação
– 4.3 – A inversão da centralidade econômica e o novo agrarismo
– 4.4 – Componentes para o debate da transição demográfica
– 4.5 – Brasil no despertar para o século XXI
– 4.6 – Divisão regional do trabalho e desestruturação social
– 4.7 – As repercussões sócio-trabalhistas e o empreendedorismo neoliberal
CAPÍTULO 5: Brasil: dilemas contemporâneos
– 5.1 – Realidades em disputa
– 5.2 – Os desafios de uma ressignificação da cultura do cancelamento
REFERÊNCIAS
SOBRE OS AUTORES
Marcio Pochmann
Professor titular do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. Foi professor visitante na Universidade Federal do ABC – UFABC. Graduado em Ciências Econômicas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS, mestre em Ciências Políticas na Associação de Ensino Superior do Distrito Federal e doutor em Ciências Econômicas na Unicamp. Foi secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade na Prefeitura de São Paulo (2001-2004), presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea (2007-2012), da Fundação Perseu Abramo (2013-2020) e do Instituto Lula (2020-2023). Atualmente, é presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
Luís Fernando Vitagliano
Professor universitário. Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. Mestre em Ciência Política pela Unicamp e doutor em “Mudança Social e Participação Política” pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo – EACH/USP. Foi professor de Relações Internacionais (2009-2023), coordenador do curso de Ciências Sociais da Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU (2020-2023). Foi coordenador do Programa de Difusão do Conhecimento em Gestão e Políticas Públicas da Fundação Perseu Abramo (2014-2019) e da Rede Nacional de Pesquisadores Associados – RNPA (2019-2020). Trabalho com Marcio Pochmann no Instituto Lula (2020-2023) e atualmente é assessor da presidência do IBGE.