Este livro analisa numerosas visões produzidas sobre o Brasil por literatos, jornalistas, comerciante, políticos coloniais e acadêmicos de língua alemã que se deslocaram pelo mundo no contexto da ascensão e crise do Império colonial alemão, da breve República de Weimar e do Terceiro Reich.
Ao considerar as especificidades desses viajantes bastante heterogêneos – e em sua maioria pouco conhecidos do leitor brasileiro- , a autora devassa a riqueza de múltiplas e contraditórias interpretações acerca da mestiçagem, das questões raciais, das mulheres, dos negros e dos imigrantes. Nesse percurso, procura verificar a permanência, ruptura ou ressignificação de conceitos eurocêntricos que orientam esses olhares, bem como analisa a importância que esses autores imputam à Europa em relação ao Brasil e o seu papel no cenário das nações hegemônicas.
Não se trata de assumir essas visões como realidades que descrevem o Brasil da República Velha, da pós-Abolição, dos grandes fluxos migratórios, da ascensão de Vargas e do Estado Novo, mas sim como construções que caminham entre a idealização, a crítica, quando não difamação, a serem compreendidas em suas especificidades históricas e culturais.