Mecanismos imprevisíveis da cultura | Iúri Lotman – Tradução de Irene Machado

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Descrição

Título: Mecanismos imprevisíveis da cultura

Autor: Iúri Lotman

Organização, edição, tradução e notas: Irene Machado

344 páginas

1.ª edição, 2022

Coleção Licores, 4

ISBN: 978-85-8404-220-3

Equipe de tradução do russo:
Irene Machado
Pedro Augusto Pinto
Priscila Nascimento Marques
Tradutor do italiano:
Fernando Klabin

Equipe de tradução do inglês – Grupo de Pesquisa Semiótica da Comunicação:
Andrea Guimarães Moura
Daniel Felipe Fonseca
Daniela Osvald Ramos
Douglas Vinicius Galan
Gisele Frederico
Irene Machado
Leandro A. De Loiola Nunes
Livia Cristina Machado

 

Informação adicional

Peso 0,540 kg
Dimensões 21,0 × 14,0 × 4 cm
✨ Este livro também está disponível como e-book ✨
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Publicação inédita em português, tradução do livro Непредсказуемые механизмы культуры, de Iúri Lotman, que recebe o título Mecanismos imprevisíveis da cultura, preservando o conceito fundamental do pensamento semiótico lotmaniano de dinâmina cultural, em que nada existe nem pode ser observado isoladamente. «Mecanismo» concentra o pensamento de cultura em operação e movimento transformador e imprevisível. O trabalho de tradução surgiu dos interesses de pesquisa no campo da semiótica da cultura de extração russa na universidade brasileira em diálogo com pesquisadores latino-americanos e inclui a tradução de todos os prefácios e posfácios publicados no original russo e nas diferentes versões do italiano e do inglês.

É importante lembrar que o texto que registra o pensamento de Lotman só foi possível graças à tradução em signos da escrita de sua fala. O núcleo central da abordagem surgiu quando Lótman se recuperava de um AVC que o atingiu em maio de 1989. Impossibilitado de ler e escrever, mas com a mente lúcida e trabalhando incessantemente, iniciou a produção de ensaios por meio de ditados que ele realizava por outras pessoas. Inicialmente a tarefa coube à sua esposa Zara Grigoriévna Mints, todavia, com sua morte em 1990, Tatiana Kuzovkina e Vladislava Gekhtman assumem a função de secretariar Lotman. Com isso, o verdadeiro original russo dos ensaios reunidos sob o título de Um tributo à cultura (1990-1992) só existiu na voz e não na letra de seu autor.

“Mecanismos imprevisíveis da cultura”, de Iúri Lotman, semioticista, teórico, historiador da cultura e fundador da Escola Semiótica de Tartu-Moscou, é um acontecimento editorial digno da celebração do centenário de seu autor (1922-2022). Trata-se do primeiro livro desse grande pensador russo a ser traduzido no Brasil, cabendo a cuidadosa organização, edição, tradução e notas a Irene Machado, reconhecida pesquisadora, especialista na “audácia científico-investigatória” de Lotman. Os excepcionais textos que acompanham a tradução, com destaque para o alentado e reflexivo ensaio “Prefácio à edição brasileira: Semiótica da imprevisibilidade e dos sistemas assimétricos”, assinado pela tradutora, permitem ao leitor versado em Lotman, e ao iniciante, acompanhar a trama conceitual e “os desafios de um pensamento visionário que desenhou movimentos históricos e os viu progredir no final do século XX”.

— Beth Brait

 

 

Iúri Mikhailovich Lotman, autor

Nascido em Petrogrado no dia 28 de fevereiro de 1922, Iúri Mikhailovich Lotman viveu na URSS, realizando estudo superior na Universidade Estadual de Leningrado onde foi aluno de vários dos integrantes do chamado formalismo russo e integrante da tradição petersburguesa de estudos literários. Publicou seu primeiro artigo em 1949 sobre literatura russa e o movimento dezembrista contra o czar Nicolau I em 1925. Deslocou-se para Tártu como professor e lá viveu até o dia de sua morte em 28 de outubro de 1993. Apesar de toda dificuldade em sair da URSS, participou de diferentes associações científicas europeias. Publicou em vida um milhar de trabalhos entre livros e artigos em russo, estoniano, italiano e inglês. Como semioticista desenvolveu estudos de diferentes objetos culturais: literatura, mitologia, cinema, teatro, artes visuais, moda, culturas pré-colombiana, o que configurou a heterogeneidade de seus interesses no estudo da semiose cultural. Para isso, percorreu campos científicos como a matemática, cibernética, física, complexidade, o que desenvolveu com mestria tornando-se o principal articulador da escola semiótica Tártu-Moscou, abrigo de diferentes campos do conhe­cimento. A este talento poliédrico, junte-se sua vivência em limiares de culturas, espaços e tempos para situar os grandes eixos de sua teoria semiótica da cultura: a estrutura das linguagens da cultura; os espaços de fronteiras; a memória e a dinâmica da história. Transformados em problemas semió­ticos de seus trabalhos, tais temas ampliaram-se em livros dentre os quais: Estrutura do texto artístico; Semiosfera; Universe of the Mind; Teoria da explosão, Mecanismos imprevisíveis da cultura, publicado postumamente e agora oferecido ao leitor brasileiro abrindo caminho para outras publicações do autor em português no país.

 

Irene Machado, organização, edição, tradução, notas e índice remissivo

Professora Livre Docente em Ciências da Co­municação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Dou­tora em Letras pelo Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da FFLCH-USP; Mestre em Comunicação e Semió­tica na PUC-SP. É Professora Associada da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo e do PPG Meios e Processos Audio­visuais. Ministra disciplinas no campo da Semiótica da Cultura Audiovisual segundo a escola semiótica Tártu-Moscou e orienta pesquisas em nível de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado. Atual­­mente exerce a função de Presidente da Co­missão de Pesquisa da ECA-USP. Como Bolsista PQ-CNPq desenvolve a pesquisa: “Tradução Intercultural: Imprevisibilidades do cinema negro”. É líder do Grupo de Pes­quisa Espaço Semiótico da Cultura Audiovi­sual (CNPq). Publicou, dentre outros, Vieses da comunicação: Explorações segundo McLuhan (2014); O filme que Saussure não viu: pensamento semiótico de Roman Jakobson (2007); Escola de Semiótica: a experiência de Tartu-Moscou sobre os sistemas da cultura (2004) além de artigos em periódicos cientí­ficos. Criou o Projeto Editorial da Revista Ga­láxia no PEPG em Comunicação e Semiótica (PUC-SP) e foi sua Editora Científica de 2001 a 2005. Participou da equipe de criação do Projeto Editorial de Matrizes na PPG em Ciên­cias da Comunicação (ECA-USP) e cola­borou na editoria científica de 2007 a 2009. Foi membro da Editoria Científica de Signifi­ca­ção. Revista de Cultura Audiovisual (PPG em Meios e Processos Audiovisuais, de 2012-2020). Fundou a Associação Brasileira de Es­tu­dos Semióticos (ABES) e exerceu a Presi­dência até 2002.

 

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