É possível falar em Chicago Boys no caso brasileiro? Economistas brasileiros estudaram no Departamento de Economia da Universidade de Chicago. Eles estiveram em Chicago pouco depois que os Chicago Boys chilenos, aos quais se atribui a guinada pró-mercado no Chile dos anos 1970. Pode-se argumentar que as ideias às quais os brasileiros foram expostos em Chicago não diferiam daquelas que inspiraram os seus colegas chilenos… Por que, então, no caso brasileiro, essas ideias não tomaram imediatamente a dianteira?
Por que os brasileiros formados em Chicago só teriam acesso a posições de poder e direção 50 anos depois… Como “Chicago Oldies”? A análise sociológica comparativa minuciosa e primorosa de Heloísa Pinheiro Rosa de Castro reconstrói essa circulação internacional por meio de documentos e entrevistas. A autora oferece uma rica descrição das propriedades sociais dos agentes, do processo de socialização que vivenciaram no exterior e dos mecanismos de retradução e institucionalização por meio dos quais visões de mundo e ideias econômicas se convertem em escolas de economia e políticas públicas.
— ELISA KLÜGER
Laboratoire d’Économie et de Sociologie du Travail (LEST, CNRS-AMU)
e pesquisadora associada ao Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP).
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
Capítulo 1: A ESTRUTURA E AS DIRETRIZES DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA DE CHICAGO ENTRE AS DÉCADAS DE 1950 E 1970
. 1.1. A estrutura do Programa de Pós-Graduação em Economia de Chicago entre as décadas de 1950 e 1970
. 1.2. Visões sobre pesquisa econômica predominantes em Chicago entre os anos 1950 e 1970
. 1.3. Discursos e alinhamentos dos alunos do programa de pós-graduação em economia de Chicago: algumas
evidências empíricas
Capítulo 2: A EXPERIÊNCIA DE CIRCULAÇÃO INTERNACIONAL DOS CHICAGO BOYS CHILENOS
. 2.1. A experiência dos Chicago Boys chilenos: as condições histórico-institucionais da circulação internacional
. 2.2. A experiência dos Chicago Boys chilenos: propriedades sociais partilhadas pelo grupo
. 2.3. A experiência dos Chicago Boys chilenos: inserção no espaço nacional dos economistas
Capítulo 3: A EXPERIÊNCIA DO PRIMEIRO GRUPO DE BRASILEIROS QUE CIRCULOU PELO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA DE CHICAGO
. 3.1. A experiência de circulação internacional dos economistas brasileiros por Chicago: condições histórico-institucionais
. 3.2. A experiência de circulação internacional dos economistas brasileiros por Chicago: propriedades sociais partilhadas pelo grupo
. 3.3. A experiência de circulação internacional dos economistas brasileiros por Chicago: inserção no espaço
nacional dos economistas
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Sore a autora
Heloísa Pinheiro Rosa de Castro é formada em Relações Internacionais pela Universidade de São Paulo e mestre em Sociologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da mesma universidade (FFLCH-USP). Foi bolsista FAPESP em projeto de Iniciação Científica na área de Saúde Global e Difusão Global de Políticas Públicas e bolsista CNPq na pesquisa de Mestrado que deu origem a esta obra. Foi membro do grupo de pesquisa SciCi – Science in Circulation no Instituto de Estudos Avançados e Convergentes da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Exerce hoje o cargo de Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental na Prefeitura de São Paulo.