Através das águas: os bantu na formação do Brasil | Vagner Gonçalves da Silva, Tata Nkisi Katuvanjesi (Walmir Damasceno), Rosenilton Silva de Oliveira & José Pedro da Silva Neto (org.)

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Descrição

Organizadores: Vagner Gonçalves da Silva, Tata Nkisi Katuvanjesi (Walmir Damasceno), Rosenilton Silva de Oliveira & José Pedro da Silva Neto
Hucitec
1ª Edição
2023
Tamanho: 14 cm x 21 cm x 1,5 cm
Peso: 634g
Coleção Diálogos da Diáspora, 19

Informação adicional

Peso 0,634 kg
Dimensões 14 × 21 × 1,5 cm

SINOPSE

Leitura obrigatória para se entender o legado dos bantos no Brasil, este livro contribui para ampliar e rever o debate sobre a participação dos povos oriundos da África Central na formação da cultura nacional.  Em geral essa presença foi minimizada nos estudos acadêmicos clássicos, diante de comparações incorretas com outros povos da África Ocidental, como os iorubas, muitas vezes tidos como “superiores”. O livro pretende, pois, inverter essa narrativa e apontar que antes do Brasil ser Brasil, ele possuía uma alma banto.


 

Este livro é uma contribuição para a valorização do legado das culturas banto no Brasil e em outras partes do mundo presente nas manifestações da congada, capoeira, jongo, maracatu, candomblé; no
catolicismo negro; nos ritmos e instrumentos musicais, como samba e batuque; nas contribuições das línguas banto para a formação do português falado no Brasil; enfim, numa vasta lista de produtos culturais que não são apenas elementos fixos, mas estruturas dinâmicas a partir das quais os povos afro-diaspóricos se desenvolveram nas Américas e criaram culturas nacionais distintas.

Assim, convidamos o leitor a fazer a travessia por meio e através das águas da Kalunga Grande, o mar, o grande rio, o espelho que separa e aproxima, na filosofia banto, os vivos deste mundo visível dos vivos, ainda que invisíveis, do outro mundo. É nesse encontro de resistência entre os habitantes do passado e do presente que flui a vida como resposta à violência e à morte como política.

 


 

SUMÁRIO

PREFÁCIO

1 – APORTES SÓCIO-HISTÓRICOS

1.1 – Brasil tem uma alma bantu — História e memória dos Encontros de Cultura Bantu (ECOBANTU), Tata Nkisi Mwanangana Katuvanjesi (Walmir Damasceno)
1.2 – Bantos na África e no Brasil, Marina de Mello e Souza 
1.3 – Aportes e contribuições bantu na resistência contra a escravidão e na cultura brasileira, Kabengele Munanga
1.4 – Exigindo respeito: economia moral e estratégias para a liberdade entre cativos da África Central (o Sudeste dor Brasil durante a “Segunda Escravidão”, c. 1781-1888), Robert W. Slenes

2 – APORTES LINGUÍSTICOS 

2.1 – O português afro-banto-brasileiro, Margarida Petter
2.2 – A redescoberta do bantu no Brasil, Yeda Pessoa de Castro

3 – COSMOLOGIAS CENTRO-AFRICANAS E AFROBRASILEIRAS

3.1 – O “V”: Base de todas as realidades, Bunseki Fu-Kiau
3.2 – Dikenga dia Kongo e V (um esboço de reflexão tradutória), Tiganá Santana Neves Santos 
3.3 – O fetichismo revisitado: o “nkisi” do Congo em uma perspectiva sociológica, Wyatt MacGaffey 
3.4 – O legado do vento: angústias (in)familiares em um calundu em Salvador (1753), Alexandre Almeida Marcussi 
3.5 – A “Dança de negros” de Zacharias Wagener: cosmologia banto e experiência religiosa africana no Brasil do século XVII, Robert Daibert Junior
3.6 – A nação angola no I Encontro de nações de candomblé, Esmeraldo Emetério de Santana 
3.7 – A nação angola no II Encontro de nações de candomblé, Valdina Pinto 
3.8 – “Mpambu a nzila” — encontros e desencontros de culturas banto no Brasil, Vagner Gonçalves da Silva

4 – MANIFESTAÇÕES CULTURAIS BANTO 
4.1 – As políticas da memória e a salvaguarda da capoeira, Geslline Giovana Braga
4.2 – “Ngolo, ngunzo”: a capoeira angola e o mundo banto, Janja Araujo 
4.3 – O jongo, os bantus e o patrimônio cultural imaterial no Brasil, Alessandra Ribeiro Martins 
4.4 – O jongo e suas artes de encante, Wilson Penteado Junior

5 – CULTURA BANTO E EDUCAÇÃO 
5.1 – Pedagogia antirracista e a anunciação da cultura bantu: presença ausente nos currículos escolares e nas práticas pedagógicas, Maria da Anunciação Conceição Silva
5.2 – Desafios da “transposição didática”: o ensino de “cultura africana” na educação básica, Rosenilton Silva de Oliveira

6 – BANTOS PELO MUNDO
6.1 – A presença da cultura bantu em Cuba — A regra Palo Monte, Yumei de Isabel Morales Labañino
6.2 – Umbanda e espíritos em Portugal, Clara Saraiva

 


 

SOBRE AS AUTORAS E OS AUTORES

Alessandra Ribeiro Martins
Doutora em urbanismo (foco em matriz africana: territórios, memória e representação) pela Pontifícia
Universidade Católica de Campinas; mãe de santo umbandista; candomblecista; gestora cultural da Casa de Cultura Fazenda Roseira; mestre e liderança da Comunidade Jongo Dito Ribeiro em Campinas.

Alexandre Marcussi
Mestre e doutor em história pela Universidade de São Paulo; professor da Universidade Federal de Minas Gerais; atuação em historiografia da África e das culturas afro-americanas. Autor de Diagonais do afeto: teorias do intercâmbio cultural nos estudos da diáspora africana e Utopias centro-africanas: ressignificações da ancestralidade nos calundus da América portuguesa nos séculos XVII e XVIII.

Bunseki Fu Kiau
Congolês (1934-2013); iniciado nas sociedades secretas Lemba, Khimba e Kimpasi, educador, filósofo, pesquisador das culturas e filosofias tradicionais dos povos banto (África Central), obteve nos Estados  Unidos inúmeros títulos acadêmicos nas áreas da antropologia, desenvolvimento comunitário e administração escolar. Autor de Kongo Cosmology; Kumina: A Kongo-basead Tradition in The
New World.

Clara Saraiva
Antropóloga; investigadora do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa; presidente da Associação Portuguesa de Antropologia (APA); membro da direção do World Council of Anthropological Associations (WCAA). Autora de Energias e curas: a umbanda em Portugal; Pretos Velhos Atravessando o Atlântico: religiões afro-brasileiras em Portugal e A diáspora das religiões
brasileiras.

Esmeraldo Emetério de Santana (1916-2011)
Conhecido por Tata Kondiandembu ou Seu Benzinho; xicarongomo (tocador e cantador) do Terreiro Tumba Junsara em Salvador Bahia; presidiu a Federação Baiana do Culto Afro-Brasileiro por cerca de 10 anos. Uma das grandes autoridades do candomblé de nação angola no Brasil.

Geslline Giovana Braga.
Doutora em antropologia social pela Universidade de São Paulo; pós-doutora pela Universidade Federal do Paraná; representante do Sul no Comitê de Patrimônios e Museus da Associação Brasileira de Antropologia; realizadora de documentários, exposições e curadorias. Autora de artigos sobre políticas públicas de patrimônio cultural.

José Pedro da Silva Neto
Inátóbí é iniciado no Ilé Àse Pàlepà Màrìwò Sessu (SP); mestrando em antropologia social na USP; produtor cultural; documentarista; artista plástico e diretor da Àgò Lònà Associação Cultural. Autor de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana: visgo para combater o racismo e Ìwé Àlákóbèrè fún Omodé Nípa Àsà Yorùbá — livro iniciador para crianças sobre a tradição Iorubá.

Kabengele Munanga
Congolês; antropólogo; graduado pela Université Oficielle du Congo, doutor pela Universidade de São Paulo, onde foi professor e recebeu o título de professor emérito. Autor de Negritude: usos e sentidos; Arte afro-brasileira: o que é afinal?; Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra e Origens africanas do Brasil contemporâneo.

Margarida Maria Petter
Linguista, professora da Universidade de São Paulo; coordenou o projeto de cooperação internacional “A participação das línguas africanas na constituição do português brasileiro”. Autora de Introdução à linguística africana; Relatione del Reame di Congo: fonte para o estudo do contato do português com as línguas do grupo banto.

Maria da Anunciação Conceição Silva
Graduada em pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia; doutoranda em educação na Universidade de São Paulo; professora da Universidade do Estado da Bahia; conselheira da Associação de Pesquisadores Negros e Negras da Bahia. Autora de Estudo sobre a violência contra crianças com  deficiência na Guiné-Bissau.

Marina de Mello e Souza
Historiadora; professora da Universidade de São Paulo. Autora de: Paraty, a cidade e as festas; Reis negros no Brasil escravista; África e Brasil africano (ganhador do prêmio Jabuti na categoria livros didáticos e paradidáticos) e Além do visível: poder, catolicismo e comércio no Congo e em Angola (séculos XVI e XVII).

Robert Daibert Junior
Doutor em História pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; professor da Universidade Federal de Juiz de Fora. Autor de A religião dos bantos: novas leituras sobre o calundu no Brasil colonial; Luzia Pinta: experiências religiosas centro-africanas e inquisição no século XVIII e Religiões e religiosidades afro-brasileiras: identidades e tradições.

Robert W. Slenes
Historiador; professor aposentado, colaborador, da Universidade Estadual de Campinas. Autor de Na senzala, uma flor: esperanças e recordações na formação da família escrava (Brasil-Sudeste, século XIX); Malungu, Ngoma Vem!: África coberta e descoberta no Brasil e L’Arbre nsanda replanté: cultes d’affliction kongo et identité des esclaves de plantation dans le Brésil du Sud-Est entre 1810 et 1888.

Rosangela Janja Costa Araujo
Doutora em educação; professora da Universidade Federal da Bahia; líder do Grupo de Pesquisa
Gênero, Arte e Cultura (NEIM); pesquisadora do A Cor da Bahia — Programa de Pesquisa e Formação em Relações Raciais, Cultura e Identidade Negra na Bahia (UFBA). Autora de É preta, kalunga:
a capoeira angola como prática política entre os angoleiros baianos (anos 80-90).

Rosenilton Silva de Oliveira
Doutor em antropologia social pela Universidade de São Paulo e pela Ecole de Hautes Etudes en
Sciences Sociales; professor da Faculdade de Educação da USP. Autor de Orixás a manifestação cultural de deus: uma análise das liturgias católicas inculturadas e Terreiros de candomblé como comunidades tradicionais africanas.

Tata Nkisi Katuvanjesi. Walmir Damasceno dos Santos é Taata Nkisi na Comunidade Tradicional Centro Africana Inzo Tumbansi; jornalista; coordenador geral do Instituto Latino-Americano de
Tradições Afro Bantu (ILABANTU), representante diplomático do Brasil, América Latina e Caribe para o Centro Internacional de Civilizações Bantu (CICIBA).

Tiganá Santana Santos
Doutor em letras pela Universidade de São Paulo; professor da Universidade Federal da Bahia, membro da coordenação colegiada do curso de extensão em línguas Kimbundu e Yoruba da UFBA; tradutor; compositor; intérprete. Autor de A tradução de sentenças em linguagem proverbial e o diálogo com o pensamento bantu-kongo a partir de Bunseki Fu-Kiau.

Vagner Gonçalves da Silva
Antropólogo; professor da Universidade de São Paulo; pós-doutor pela Harvard University e pela City
University of New York (Fulbright Scholar Program). Autor de Candomblé e Umbanda; Orixás da Metrópole; O antropólogo e sua magia; Terreiros Tombados em São Paulo e Exu — Um Deus Afro-Atlântico no Brasil.

Valdina Pinto (1943-2019)
Conhecida como Makota Valdina ou Makota Zimeuanga, foi iniciada no Terreiro Tanuri Junsara, em
Salvador, Bahia; educadora; membro do Conselho Estadual de Cultura da Bahia; liderança tradicional de matriz africana angola; ativista contra a intolerância e racismo religioso. Autora de Meu caminho,
meu viver.

Wilson Penteado Junior
Doutor em antropologia pela Universidade Estadual de Campinas; pós-doutor pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Autor de Jongueiros do Tamandaré: devoção, memória e identidade social no ritual do jongo; colaborador no dossiê Afro-patrimoines: Culture afro-brésilienne et dynamiques patrimoniales.

Wyatt MacGaffey
Antropólogo inglês com carreira acadêmica nos Estados Unidos; especialista em culturas dos povos banto. Autor de Religião e sociedade na África Central: o Bakongo do Baixo Zaire; Profetas modernos do Kongo: religião em uma sociedade plural (sistemas africanos de pensamento); Costumes e governo no Baixo Congo e Uma Antologia da religião Kongo: textos primários do Baixo Zaire.

Yeda A. Pessoa de Castro
Etnolinguista doutora em línguas africanas pela UNAZA, Congo; consultora técnica do Museu da Língua Portuguesa (SP); membro da Academia de Letras da Bahia. Autora de Falares africanos na Bahia; Camões com Dendê, o português do Brasil e A língua mina-jeje no Brasil, resultados de 40 anos de pesquisa nos dois lados do Atlântico, dando voz aos falantes africanos, emudecidos em nossa história.

Yumei de Isabel Morales Labañino
Doutora em antropologia pela Universidade de São Paulo; investigadora sobre populações afro-
-americanas com ênfase em religiões afro-cubanas e afro-brasileiras; professora no Instituto Internacional para el Desarrollo, México. Autora de La transnacionalización de Ifá vista desde la Santería cubana y el Candomblé brasileño, un primer acercamento.

 


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