A resenha foi escrita por Lucas Faial Soneghet [Pós-doutorando Júnior CNPq (151805/2022-9) – Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFPE. E-mail: lucas_faial@hotmail.com. ORCID iD: https://orcid.org/0000-0003-2905-3395] e faz parte do periódico Caminhos da História ,v.28, n.2(jul./dez.2023).
Leia os primeiros parágrafos da resenha:
A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO BRASIL: UM PROCESSO TORTUOSO E INACABADO
A história da Atenção Primária à Saúde (APS) é contada nesse livro por Carlos Henrique Assunção Paiva e Fernando Pires-Alves, em um esforço colossal para reunir e conectar marcos institucionais, legislativos e discursivos do processo de construção dessa forma de organização dos serviços de saúde.
A reflexão conta não somente com um volumoso material analisado e uma cronologia detalhada, mas também com uma perspectiva única devido a três fatores. Primeiro, a Atenção Primária é vista como um longo processo caracterizado por acúmulo de saberes, diversas e por vezes frustradas experiências locais de organização dos serviços de saúde e mobilizações de atores interessados, em particular, os sanitaristas brasileiros.
Assim, o livro afasta-se de leituras de escopo limitado que marcam a gênese da APS na Conferência de Alma-Ata em 1978 ou que nos programas de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e de Saúde da Família (PSF), ao considerar tais eventos como pontos de condensação, por assim dizer, dos fluxos que compõem a APS como conhecemos hoje. Quanto ao segundo fator, refiro-me a inclusão dos fatores internacionais relevantes na construção da APS no Brasil.
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