SINOPSE

Apesar do aparente aspecto inequívoco sobre o que deve ser feito no espaço urbano no que diz respeito à manutenção da saúde, a escolha foi, é e será sempre política: uma resposta política a demandas sociais específicas. Trata-se, por exemplo, de manter a sua formosura ou diminuir os índices de morbidade e mortalidade? A escolha de uma alternativa pode significar o sacrifício de outra.

E essa escolha é feita também por parâmetros científicos, mas não apenas. Aliás, a ciência que é trazida para a legitimação de determinada escolha tampouco está isenta de valores sociais e morais. É entendendo essa relação entre saúde, medicina, espaço e ciência dentro do seu contexto social que este volume procura desvendar alguns dilemas de momentos e lugares da América Latina entre os séculos XVIII e XX.

OS ORGANIZADORES

Rafael Mantovani
é doutor em Sociologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP – FFLCH/USP, período em que foi visiting scholar em Harvard. Pós-doutorado pelo Departamento de Política, Gestão e Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP – FSP/USP. Professor adjunto do Departamento de Sociologia e Ciência Política e professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da Universidade Federal de Santa Catarina – PPGSP/UFSC.

André Mota
é historiador, doutor em História pelo Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP – FFLCH/USP. Pós-doutorado em Saúde Coletiva pelo Departamento de Medicina Preventiva – FMUSP. Professor do Departamento de Medicina Preventiva – FMUSP e Coordenador do Museu Histórico Prof. Carlos da Silva Lacaz – FMUSP.

SUMÁRIO

PARTE I — O presente observando a salubridade de territórios do passado

Apresentação da primeira parte — Saúde, doenças, territórios e as suspeitas durante a história, Rafael Mantovani

Capítulo 1 — Los miasmas del hospital y las tumbas en las iglesias: inmundicia, corrupción y muerte en el centro urbano de Tunja, Colombia (1773-1863), Abel Fernando Martínez-Martín &Martín Andrés Ricardo Otálora-Cascante

Capítulo 2 — La higiene en la construcción de escuelas públicas desde la perspectiva de los peritos constructores (ciudad de México, 1880-1910), Carlos Ortega Ibarra

Capítulo 3 — Salud pública y “villas miseria” en el Área Metropolitana de Buenos Aires (1960-1970), Federico Rayez

Capítulo 4 — Política de remoção na Ilha da Magia: saúde, meio ambiente e segurança, Natália Carvalho da Rosa

Capítulo 5 — Construindo a “Londres das neblinas finas”: saneamento e saúde na cidade de São Paulo (1895-1915), Cláudio Bertolli Filho

Capítulo 6 — As filhas da peste: escassez, fome e orfandade na epidemia de cólera, Sergipe, 1855, Amâncio Cardoso

Capítulo 7 — “A publicação dele tem por fim […] expor-me à execração geral”: episódios de conflitos e a administração eclesiástica da freguesia da Cidade de Alagoas em meio à epidemia de cólera (1856-1862), Lydio Alfredo Rossiter Neto

Capítulo 8 — A criação do leprosário de Itanhenga e os seus internos, Sebastião Pimentel Franco

Capítulo 9 — Modernidade e pioneirismo na Arquitetura Hospitalar de Rino Levi: São Paulo e Venezuela, Renato da Gama-Rosa Costa, Elza Maria Alves Costeira, Erick Rodrigo da Silva Vicente

PARTE II — Um estudo epidemiológico e histórico
observando a salubridade de um território do passado

Apresentação da segunda parte — Julio Litvoc e a produção da Saúde Coletiva no Brasil nos anos de 1970, André Mota

Capítulo 10 — Doença de chagas e processo migratório no Estado de São Paulo [fac-símile da Dissertação de Mestrado apresentada ao Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, 1977], Julio Litvoc