Este livro critica a dominação da sociedade contemporânea pela racionalidade tecnológica ; insensível e, portanto, impotente para enfrentar os conflitos e problemas engendrados por esta lógica. Valendo-se de estratégias e de recursos teóricos da psicanálise e da Saúde Coletiva, a autora demonstra a possibilidade e a necessidade de repensar o modo como se compreende saúde.
Ao longo dos últimos anos o campo da Saúde Coletiva vem investigando os meandros da complexa relação entre sujeito e estrutura social. O livro traz compreensão original e criativa a esse debate. Apoiando-se na tradição da psicanálise, particularmente em Freud, Winnicott, Castoriadis e Paul Ricoeur, Rosana lida de maneira inovadora com impasses e aporias com que o pensamento crítico em saúde tem se deparado ao enfrentar esse tema. Como tomar o social sem considerar que é composto por indivíduos? Como compreender os fenômenos sociais e sanitários produzidos tanto pela existência singular quanto pelo pertencimento a alguma classe social, a determinada cultura ou a instituições? Para além do protagonismo dos sujeitos coletivos na história, como lidar com o papel social das pessoas concretas? No processo saúde/doença/intervenção qual seria o lugar do sujeito? E mais, quando falamos de sujeito, de que sujeito estaríamos falando? A autora nos demonstra a relevância de compreender o ser humano para além de seu funcionamento racional. Sujeito do interesse e do conhecimento, mas também sujeito do inconsciente e das escolhas paradoxais, das resistências e da invenção radical do novo improvável. Aplica essa estratégia de análise tanto aos profissionais de saúde quanto a usuários.
O livro critica a dominação da sociedade contemporânea pela racionalidade tecnológica; insensível e, portanto, impotente para enfrentar os conflitos e problemas engendrados por essa mesma lógica. Valendo-se de estratégias e de recursos teóricos da psicanálise e da Saúde Coletiva, a autora demonstra a possibilidade e a necessidade de repensar o modo como compreendemos e fazemos saúde. A partir desta trama conceitual, Rosana reconstrói, em uma perspectiva ampliada, as possibilidades tanto para as políticas públicas, quanto para a gestão e para as práticas em saúde, sejam elas clínicas ou em Saúde Coletiva. — Gastão Wagner de Sousa Campos
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Sumário
Prefácio: Psicanálise e saúde coletiva: interfaces
Capítulo 1: Saúde Coletiva e Psicanálise: entrecruzando conceitos em busca de políticas públicas potentes
Capítulo 2: Ideologia e subjetividade: a relação recalcada
Capítulo 3: Humano demasiado humano: uma abordagem do mal-estar na instituição hospitalar
Capítulo 4: O encontro trabalhador-usuário na atenção à saúde: uma contribuição da narrativa psicanalítica ao tema do sujeito na saúde coletiva
Capítulo 5: Clínica: a palavra negada (sobre as práticas clínicas nos serviços substitutivos de saúde mental)
Capítulo 6: Elas continuam loucas: de que serviria aos serviços públicos de saúde uma releitura dos textos de Freud sobre a histeria?
Capítulo 7: E agora quem os educa? Holding, handing e continuidade: funções claudicantes na política pública de saúde mental para crianças e adolescentes.
Capítulo 8: Sejamos heterogêneos: contribuições para o exercício da supervisão clínico-institucional em saúde mental