O título da obra remete às dimensões da justiça eleitas como pontos de observação para organizar o livro e mediante os quais foi reconstituída a dinâmica da imposição da normatividade e disciplinaridade social (práticas), entrelaçada às iniciativas de resistência e negociação com relação à ordem normativa hegemônica (desigualdades).
O conjunto das pesquisas aqui publicadas foi organizado em três seções: Léxico da Justiça, dedicada aos conceitos e à linguagem utilizados nas negociações sobre o justo e a justiça; Trajetórias e Percursos, voltada para o estudo das carreiras judiciais e de contestações e demandas acerca do justo; e Laboratório das Fontes, consagrada a reflexões que elucidam o ofício do historiador enquanto pesquisador interessado na temática das práticas da justiça, exemplificadas mediante a análise de uma fonte.
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Sumário
Introdução
I. LÉXICO DA JUSTIÇA
– (In)justos sentidos: considerações sobre as definições e usos da(s) justiça(s) na modernidade luso-brasileira, Alvaro de Araujo Antunes
– El léxico de la justicia en el proceso de remoción de los frailes de las doctrinas de indios de la diócesis de Tlaxcala-Puebla, 1640-1641, Norma Angelica Castillo Palma
– Escravidão africana e teologia moral na expansão portuguesa, 1452-1549, Renato Franco
II. TRAJETÓRIAS E PERCURSOS
– Quem eram os índios na Época Moderna? Identidades, direito e agência nos Impérios ibéricos, Elisa Fruhauf Garcia
– “Os que anunciam o Evangelho, que vivam do Evangelho.” O clero nas Índias e a proibição de negociar, Flavia Barros
– “Médico luciferino”: dissensos sobre as noções de doença em Trujillo, Vice-reino do Peru, durante o período tardo colonial, Natalia Ceolin e Silva
– Violencia, raza y religión. Casos judiciales de “manos violentas” y percusión entre mulatos, indios y clérigos, Marcelo da Rocha Wanderley
– “Assistindo em Corpo de Relação”: a preeminência dos ministros de Justiça nos cerimoniais régios no Rio de Janeiro do século XVIII, Maria Fernanda Bicalho
III. LABORATÓRIO DE FONTES
– Sodomia imperfeita: absolvição de um “Grego de Nação” pelo Santo Ofício na Bahia, Ronaldo Vainfas
– Inquisição portuguesa: métodos e documentos, Daniela Buono Calainho
– Desobedecer em teologia moral: o caso dos jesuítas alumbrados, Silvia Patuzzi
– Um simulacro de justiça, Rodrigo Bentes Monteiro
– O direito na América Portuguesa (séculos XVI-XVIII): fontes e perspectivas de pesquisa, Gustavo Cesar Machado Cabral
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Sobre os organizadores e organizadora
Renato Franco
Professor de História do Brasil Colonial do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense (IHT-UFF), membro do Programa de Pós-graduação em História da mesma universidade (PPGH-UFF), pesquisador da Companhia das Indias – Núcleo de História dos Tempos Modernos (CNPq/UFF), do Laboratório de História Intelectual (UFF) e membro da Rede Columnaria (Polo Brasil).
Marcelo da Rocha Wanderley
é professor associado de história da América colonial do Instituto de História da Universidade Federal Fluminense (IHT-UFF) e membro pesquisador da Companhia das Índias – Núcleo de História dos Tempos Modernos (CNPq/UFF). É Doutor em história social pela Universidade de São Paulo, com Pós-doutorado pela UNAM do México.
Silvia Patuzzi
Professora de História Moderna do Instituto de História da Universidade Federal Fluminense (IHT-UFF), membro da Pós-graduação da mesma instituição (PPGH-UFF) e pesquisadora da Companhia das Índias – Núcleo de História dos Tempos Modernos (CNPq/UFF) e do Laboratório de História Intelectual (UFF).