Maria Aparecida Fernandes desenvolveu uma ampla e significativa pesquisa sobre Schnaiderman. Leitora e pesquisadora de porte, rigor e delicadeza, por meio de um estilo singular, próprio, manejando refinadamente a linguagem, a autora se ocupa das minúcias textuais, enunciativas, discursivas (à moda bakhtiniana…) e com sua potente lupa, sem perder de vista o todo, vai apontando as relações entre aspectos internos e externos implicados em cada escrito, auscultando os centros de valores que os nutrem e que orquestram arquitetonicamente o conjunto. E é desse lugar que ela apresenta, como gesto inicial de parceria com o leitor, o desenho de sua obra […].
Boris Schnaiderman: o tradutor-crítico e o crítico-tradutor anuncia-se como uma obra de referência para os estudiosos da literatura e da cultura russas no Brasil, para os interessados na relação entre crítica e tradução, e, além de muitos outros possíveis leitores, para os bakhtinianos que conhecerão, mais de perto, algumas facetas essenciais do mestre Boris Schnaiderman, pelas potentes lupas de Maria Aparecida Fernandes, uma pesquisadora bakhtiniana. — do Prefácio, de Beth Brait (PUC-SP/CNPq)
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Entre os muitos méritos desse texto está o da primazia: trata-se do primeiro livro a respeito do professor, crítico e tradutor Boris Schnaiderman (1917-2016). Já era hora! A atuação desse vasto intelectual tem sido objeto de merecidas homenagens e de incursões monográficas tão esporádicas como breves. O estudo de Maria Aparecida Fernandes dá um grande passo além os costumeiros panegíricos. O recorte escolhido é a produção jornalística inicial de Boris, equilibrada, na bonita definição da autora, “nos limiares entre a duração do grande tempo e o instantâneo do curtíssimo tempo, limiares nos quais se aninha a memória das falas e dos feitos do humano no mundo”. Judeu de expressão russa, emigrado do território ucraniano, Boris construiu um universo de fronteiras tênues entre crítica, tradução, crítica da tradução e tradução da crítica; e bricolou um caleidoscópio teórico e estilístico marcado por mobilidade, esmero e renovação. Ele certamente se emocionaria com esse trabalho escrito com amor e competência, repleto de força e sabor, as qualidades, no seu entender, de uma boa prosa.
Bruno Gomide (USP)
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SUMÁRIO
Prefácio: O rigor e a pertinência de um olhar acadêmico para Boris Schnaiderman, Beth Brait
Agradecimentos
Introdução
Capítulo I: Boris Schnaiderman: o tradutor-crítico da prosa moderna russa
– A prosa na tradução-crítica schnaidermaniana
– O cânone tradutório de Boris Schnaiderman
Capítulo II: Boris Schnaiderman: o crítico-tradutor da poesia moderna russa
– A antologia Poesia russa moderna
– A antologia Maiakóvski: poemas
Capítulo III: A prosaística de Boris Schnaiderman em resenhas
– Boris Schnaiderman: leituras pluritransitivas
Considerações finais
Referências
Anexo A
Anexo B
Anexo C
Índice onomástico
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SOBRE A AUTORA
Maria Aparecida Fernandes é graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), com formação em Psicanálise pelo Centro de Estudos Psicanalíticos (CEP-SP). No Programa de Pós-Graduação de Literatura e Crítica Literária da PUC-SP completou o mestrado com a dissertação “O professor, de Cristovão Tezza: uma paródia fáustica” e o doutorado com a tese “Boris Schnaiderman: o tradutorcrítico e o crítico-tradutor”, sempre sob a orientação da Profª. Drª. Elisabeth Brait.