Nos últimos anos a Zona da Mata mineira tem sido evidenciada como um campo de pesquisa promissor para a História. Novas pesquisas, por meio de novos objetos e fontes, assinalam traços de pessoas desconhecidas, de relações de poder, de famílias, da escravização dos afrodescendentes, do comércio nos lombos de mulas, dos aspectos econômicos e sociais e do fazer cotidiano. Pesquisas que desvelam outros lugares, para além dos conhecidos espaços de Minas.
Outras cidades, outros cantos, com outras e muitas histórias. Mas não são histórias isoladas, pois os fenômenos nas esferas do econômico e do político, são próprios da vida em sociedade; o que muda são as problematizações e os recortes, instrumentalizações inerentes ao ofício do historiador. Interessante é perceber que no discurso da história, novos conhecimentos são agregados formando outras narrativas, e isto é o fazer historiográfico.
Destaca-se nesta empreitada o trabalho desempenhado pelas pesquisas desenvolvidas nos últimos anos pelo Grupo de Pesquisa “Sociedade, cultura e trabalho na Zona da Mata Mineira, século XVIII a XX”, liderado pelo Prof. Dr. Jorge Prata de Sousa, que há tempos, não somente vem orientando trabalhos a partir deste enfoque temático, mas sugerindo, encaminhando e estimulando os estudos sobre esta região. Zona da mata mineira: uma região em movimento, é mais um resultado do esforço coletivo do GP e realça a importância histórica da região na historiografia mineira, além de atribuir vários sentidos a um passado desconhecido por muitos, apresentando ao público leitor, as muitas histórias em movimento!
— Rodrigo Fialho Silva, Diretor da UEMG, Unidade de Leopoldina