Este livro é fruto de um processo desenvolvido em 2019, com mulheres que cumpriam pena no Presídio Feminino de Florianópolis, muitas das quais já estão livres. Coletivamente criamos, por meio de exercícios de escrita criativa e do teatro, a História da Chuva, que é a base dessa publicação. Aos poucos, percebemos que a história aglutinava muitas outras. Assim, como a água sempre abre caminhos, as palavras também podem. As saídas moram nas palavras? As saídas podem morar nas palavras? As palavras aqui presentes pelo ato da fala e da escrita das mulheres que construíram essa criação são saídas. Convocam-nos à fabulação, à ressignificação. Saídas, temporárias e pontuais, do modus operandi da prisão, da relação objetal a elas imposta. Saídas, que ansiamos que reverberem, do imaginário punitivista que encerra existências a estereótipos. Podemos enunciar/anunciar outros mundos? Nossas parceiras de processo, autoras desse livro, atestam que sim.